Alguém me ensinou: é importante cuidar
bem do livro.
Um dia recebi o livro de um amigo
emprestado. Era um clássico da literatura brasileira que eu nunca havia lido.
Apesar de ser bem antigo se encontrava em ótimo estado. Parecia até novo, mas
já pertencia a essa pessoa há anos.
Curiosa, perguntei ao meu amigo como havia conservado tão bem aquele
livro, pois até com uma leitura, questionei, pode desgastar. Ele riu. Em
seguida me disse que os cuidados que o ajudavam a manter todos os seus livros
com boa aparência eram bem simples e seriam os mesmos cuidados que ele iria
repassar para mim para que eu pudesse ler o seu livro. Pediu que eu abrisse na
primeira página. Lá se encontrava um papelzinho solto, uma espécie de minicartilha
com todas as orientações para os que fossem ler aquela literatura. Achei muito
engraçado. Pensei que ele estivesse brincando. Então, olhando para mim, disse: “Compre
um livro hoje e adote esses cuidados. Você, um dia, poderá oferecê-lo ao filho
que terá. O livro que está em suas mãos, por exemplo, foi de meu pai. Ele
ganhou na época em que fazia faculdade. Hoje sou eu, seu filho, que estou na universidade.
Essa lição passo agora para você, minha amiga.”.
Naquele dia, achei a atitude muito
estranha. Considerei um cuidado exagerado. Imaginem! Quem iria, realmente,
seguir as regras? Para vocês terem uma ideia, na cartilha pedia para que, durante a leitura, o livro tivesse uma abertura
de no máximo 900, dizia também que as folhas não deveriam ser dobradas para que não ficassem as marcas
das dobras, não devia ficar exposto ao sol, nem mesmo a um local muito úmido, não
comer com o livro na mesa para não sujar. É claro que eu não iria sujar. E
ainda, ao lado dessa dica, dizia que acidentes
acontecem, mas podem ser evitados.
Tempos depois, em casa, arrumando umas
coisas, lembrei-me do episódio. Decidi verificar como estavam os meus livros.
Fiquei horrorizada. Algumas literaturas que havia comprado há mais ou menos um ano
já estavam com o aspecto de velhas. Apresentavam orelhas, folhas amareladas e
até rosadas, páginas soltas e se soltando. E os livros mais antigos, então, sem
comentários. A conservação deles, simplesmente, não existia. Vieram na memória as palavras do meu amigo, dos
seus livros, da sua minicartilha e da lição de seu pai. Percebi a importância
de tudo o que ele me disse naquele momento.
Hoje, através dessas linhas,
compartilho com vocês uma lição que considero muito importante. Talvez pareça
um absurdo, mas um livro é um amigo e precisa ser bem cuidado. Através de suas
histórias viajamos o mundo, aprendemos coisas novas, conhecemos personagens que
atravessam décadas. Uma boa leitura sempre nos convida a uma viagem, e nós, como
bons leitores, também temos de fazer um convite aos livros: serem, visivelmente,
novos por mais tempo.
Eu acho que aprendi a lição. Agora é a
sua vez. E para ajudá-lo pensei no vídeo abaixo, pois dá dicas simples e interessantes
de como manter seu livro bem conservado. São as mesmas dicas que um dia recebi e aqui
relatei para vocês. Aproveitem.
Postado
por Uiara Aimê
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